quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mudanças

Em Janeiro assumem novos governantes, com velhas promessas defendidas em tempo de campanha eleitoral, mas um pouco distorcida da ênfase dada neste período. Ainda se fala em mudanças, na melhoria da saúde pública, no combate a violência, no aumento de empregos, enfim, naqueles velhos tópicos já conhecidos por todos. Agora, porém, já de posse do cargo, ele faz uso de vírgulas, reticências, do pronome se, do advérbio talvez, e outras palavras que exprimam incertezas, em seus discursos.
Tudo agora dependerá de terceiros e não será mais ele o protagonista que comandará as transformações contidas em seus programas de governo, divulgadas amplamente nos meios de comunicação, para ganhar a confiança e o o voto do eleitor.
O sorriso farto, o abraço fraternal e carinhoso, o jeito amigo de tratar, principalmente os mais pobres, cede lugar ao sorriso "amarelado", ao aceno de mão, de longe, ao discurso cuidadosamente editado pelos acessores, com palavras bem organizadas e que dizem algo semelhante ao que foi prometido, num tom nem sempre fácil de entender, mas que tenta justificar as razões de não poder ser como foi dito.
E assim as mudanças continuam, sai um político de um determinado cargo, entra outro e o que saiu volta para onde estava, ou fica em alguma secretaria ou acessoria. A roda não pára de girar neste mesmo ciclo, são os mesmos que estão no poder, ora aqui, ora ali, ora se reelegendo, etc.. Essas são as mudanças prometidas em tempo de campanha, mudaças de cargos e funções. O mais engraçado nessa história, é que isto acontece com o consentimento do povo, democraticamente obrigado a votar.