sábado, 24 de novembro de 2007

O mal de "Osamas"

O Jornal Nacional é o noticiário de TV mas assistido no Brasil. Tamanha é a sua fama que todos os outros, mesmo com nomes diferentes, são chamados de Jornal Nacional, não importa se é da Band, do SBT, ou outra emissora qualquer.

No dia seguinte, nas ruas, nos bares, escolas ou no trabalho, o comentário quase sempre começa assim:

- Você viu aquela notícia que passou ontem no Jornal Nacional?

Em qualquer cidadezinha deste país que tenha uma TV passou a ser quase unanimidade a obrigação de estar bem informado através deste jornal da Globo, em qualquer canal. Virou referência para comentários, discussões, debates e até motivo de brigas entre casais.

- Tudo começou assim, Delegado, cheguei cansado do trabalho e minha mulher começou a discutir comingo, não me deixando ver em paz o Jornal Nacional, então me exaltei e parti para a agressão física.

Um fato comovente, um crime violento, um desastre, uma catástrofe que aconteça em qualquer lugar, já é motivo para esperar a noite, na certeza de que "isso vai dar no jornal das oito".

Diante da constatação exposta da popularidade que esta rede de TV conquistou no país, concluo, com a minha opinião, que a a maioria dos brasileiros são teleconduzidos por um grupo de pessoas, com poderes de transformar a realidade cultural, social e política de um povo, conduzindo-os a uma direção do interesse de uma determinada elite, bastando para tal manipular a informação, se dela for esse o desejo.

A Globo, devido a sua enorme audiência, tem competência para contribuir na construção de um país mais justo, mais democrático, mais humano e até mais alfabetizado. Ela pode ser o termômetro de mudanças nos rumos desta nação, se for do interesse dela, e eu só falei do Jornal Nacional, mas tem ainda com a mesma força, as novelas, seus programas de variedades, shows, e suas transmissões exclusivas.

Nosso povo, na sua grande maioria, não tem discernimento para enxergar o que ouve e vê, assumindo logo como verdadeiro o modo e o jeito como recebe a informação. Este cérebro coletivo não tem ainda um controle remoto para captar outras fontes de dados, vê-los, confrontá-los, avaliá-los e só depois formatar a sua decisão.

Se a educação nas escolas não partir para uma "guerra" contra esse monopólio formando cidadãos inteligentes e críticos, coisa que não é do interesse de muitos governantes, continuareamos, por muito tempo ainda, convivendo aceitando as diretrizes propostas por esse meio de comunicação, que com certeza não é o melhor para o nosso povo, na sua maioria.

E por que o título Mal de "Osamas"?

É só pra dizer que um ataque pode acontecer de repente, num momento qualquer, em hora programada, com objetivos pré-estabelecidos, dependendo somente de um grupo de pessoas fazendo o jogo de uma pequena minoria privilegiada.

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